São apenas dois atores (que valem por vários) em cena, Emmanuelle
Seigner e Mathieu Amalric, num jogo de sedução e troca de personagens
irresistível. Tudo se passa num único cenário, um teatro vazio de Paris.
O novo filme de Roman Polanski é tão minimalista quanto Deus da Carnificina,
o longa anterior do cineasta, no qual dois casais discutem o
comportamento dos filhos e, aos poucos, revelam seus próprios podres.
Impressiona como Polanski consegue extrair questões profundas da
existência humana em situações aparentemente banais. Amalric
interpreta Thomas, o autor de uma peça adaptada da obra sadomasoquista
do escritor austríaco Leopold von Sacher-Masoch (1836-1895). Ele está
insatisfeito com as atrizes vulgares que fizeram testes para o papel
central. Até que chega ao teatro Vanda (Emmanuelle), uma mulher
debochada, que fala sem parar, e desafia a retidão de Thomas. Os
dois vão se perder em ensaios quentíssimos, sendo que a barreira entre o
real e a encenação se rompe constantemente. Resta a pergunta: quem está
sob o controle?
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